Almoços de Despedida

Noutro dia fui convidada para um almoço de despedida de uma colega de trabalho que nem sequer conhecia. Expliquei a quem me convidou, que são fazia muito sentido estar presente no tal almoço, pois nunca tinha falado com a rapariga. Curioso foi, quando essa e outras pessoas me disseram que também tinham trocado apenas duas ou três frases com ela. E pergunto eu? Está tudo doido? Vamos fazer um almoço cheio de gente que mal conhece a dita cuja? Mas as histórias com este tipo de almoços não ficam por aqui. Recordo uma outra ocasião em que fizemos um almoço para a despedida de um colega que era, este sim, conhecido de todos. Não foi ele que fez os convites, então foi convidada praticamente toda a gente que trabalhava no mesmo piso que ele. Resultado, a meio do almoço está toda a gente a falar uns com os outros e o desgraçado sozinho, calado, a olhar! Pergunto-me então, qual é o objectivo destes almoços? Não podemos convidar quem realmente queremos porque se convidamos um e não convidamos o outro dá barraca, temos de levar com indesejáveis no nosso almoço de despedida que depois começam a falar uns com os outros e não nos ligam nenhuma, temos de ir a almoços de pessoas que não conhecemos porque cai mal não ir e chamam-nos anti-sociais! Afinal o que é isto? Uma hipocrisia pegada?? Já ninguém faz o que realmente quer mas apenas o que fica bem aos olhos dos outros?? Palhaçada!

Comentários

Anónimo disse…
Almoçar por almoçar, que seja em grupo! Este pode ser um dos ideais. A não ser que estejamos num daqueles dias em que não queremos ver ninguém, nem mesmo pintado.
Dias de despedida com almoço, tb já os tive, mas de uma maneira geral eram pessoas conhecidas ou amigas, porque noutro caso dispenso.
Agora, se há coisa que abomino, é a hipocrisia. Ainda para mais se dás por ti a quetionar: Mas porque é que isto me está a acontecer? O que é que eu fiz de mal?

Sim, se havia dúvidas, eu deixei-me de ilusões, o ser humano é mesmo terrível, senão vejamos:
Se ainda somos crianças isso até pode ter uma atenuante, ou porque queres participar na brincadeira, ou os teus amigos de colégio gostam mais de A ou B. Agora quando supostamente já está formado o carácter, isso sim, é grave.
Assisti a mudanças de atitude, pessoas que eram de um clube de futebol e passaram a ser de outro tb, fumavam uma marca de tabaco e passaram a fumar de outra e daquele de enrolar (que deve dar muito mais trabalho), deixavam de falar com algumas pessoas, e de um modo geral seguiam um lider (no caso o hierérquico).

Não costumo chamar de "palhaçada", porque ser palhaço é uma profissão digna. Atribuo um nome cientifico: "lambe-cus"
papalagui disse…
E se nos sentirmos bem a fazer aquilo que os outros esperam que nós façamos?
Dedepati disse…
Nesse caso, não o estamos a fazer "apenas" porque fica bem aos olhos dos outros, mas sim porque queremos e gostamos! :)
Ricardomoura disse…
Abordas dois temas sobre os quais penso frequentemente. Por isso aproveito para deixar a minha opinião.

Saber celebrar a vida.

Essa coisa de uma pessoa se sentir apropriada para certa actividade de grupo pela forma como o convite foi feito, ou pela ligação que tinha ou tem com a pessoa acho que é enganadora e equivoca. A base da questão não está em graus de proximidade, porque se não se tem aproveita-se o almoço para criar. Muito menos tem a haver com quem fez ou não fez o convite. Se há um convite usa-se. Perde-se demasiado tempo a pensar se somos desejados ou não, se queremos nos dar com este ou aquele ou não. Admito que estando sempre crente e na boa com as pessoas tenho apanhado imensas desilusões. Mas jamais deixarei de ser assim, porque o saldo será sempre positivo pelas pessoas fantásticas que andam aí e ainda não conheci, e mesmo pelas que já conheci.
A questão é que ninguém está consciente do fundamental. Trata-se de saber celebrar a vida. Aproveitar todas as ocasiões para celebrar com os outros seja lá o que for.

Saber estar.

E como ninguém está de boa fé, em paz consigo e com os outros, o resultado é acontecer o que descreves no almoço do teu amigo. De repente ficaram todos a falar só com quem conheciam. Claro! Não iriam falar com quem não tinham confiança, porque o que iriam eles pensar.
Perdem o pouco tempo que têm nesta vida a pensar no que os outros vão pensar. E perdem todas as oportunidades de partilhar e correr riscos.
E como estão todos neste jogo psicológico mesquinho esquecem-se de observar o que está à sua volta. Esquecem-se de largar este egoísmo fútil e de partilhar, celebrar o que o momento proporciona.
Em resumo não sabem estar. Não sabem seguir a onda do momento.

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